A Reforma Tributária segue avançando e trazendo definições cruciais para desenvolvedores e empresas de software. Recentemente, o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CG-IBS) lançou o Volume 1 da Cartilha Orientativa para Emissão da NF-e do IBS, um documento técnico indispensável para quem precisa adequar seus sistemas às novas regras de tributação do consumo.
Neste post, vamos detalhar os pontos-chave deste lançamento e listar boas práticas para que sua software house atravesse essa transição com segurança e conformidade.
O que é a Cartilha Orientativa do IBS?
Disponibilizada no novo Portal Nacional do Comitê Gestor (CGIBS), a cartilha tem como objetivo alinhar o entendimento entre contribuintes, fisco e desenvolvedores sobre como o novo imposto (IBS) deve ser representado nos documentos fiscais eletrônicos.
Este primeiro volume foca nas diretrizes iniciais para o preenchimento da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), abordando:
- Novos Campos e Grupos: Detalhamento das tags específicas para o IBS, incluindo informações sobre alíquotas, débitos e créditos.
- Notas de Ajuste: Regras para emissão de Notas Fiscais de Débito e de Crédito, essenciais para correções e complementos de valores na apuração.
- Fluxo de Créditos: Orientações sobre como as operações na cadeia produtiva impactam o crédito escritural, base da não-cumulatividade plena.
Por que isso é importante agora?
Com a entrada em vigor do IBS se aproximando (e o período de transição/piloto já no horizonte de 2026), a adequação dos ERPs e sistemas emissores não pode ser deixada para a última hora. A cartilha não é apenas teórica; ela dita as regras de validação que impedirão a rejeição de notas no futuro ambiente de autorização.
Além disso, o CG-IBS anunciou o início da seleção de empresas para o Projeto Piloto da Apuração Assistida, que ocorrerá entre janeiro e março de 2026. Ou seja, a prática já está batendo à porta.
Boas Práticas para a Reforma Tributária
Com base nas orientações da cartilha e no cenário atual, listamos 4 boas práticas para preparar seu software e seus clientes:
1. Mapeamento de Campos e Tags Não espere a virada de chave. Utilize a cartilha para mapear desde já quais campos do seu banco de dados precisarão alimentar as novas tags da NF-e. Atenção especial às regras de split de pagamento e identificação de adquirentes, que são cruciais no modelo do IBS.
2. Revisão dos Processos de Ajuste A cartilha introduz conceitos específicos para Notas de Débito e Crédito. Se o seu sistema hoje trata devoluções ou complementos de forma genérica, será necessário refinar essas rotinas para atender aos eventos específicos do IBS, garantindo a correta apuração do imposto.
3. Acompanhamento do Portal CGIBS A transparência é um dos pilares da reforma. O novo portal (cgibs.gov.br) será o canal oficial para novas versões da cartilha e notas técnicas. Crie uma rotina de monitoramento dessas publicações para não ser pego de surpresa por atualizações normativas.
4. Orientação aos Clientes A tecnologia resolve a emissão, mas o processo começa no usuário. Ajude seus clientes a entenderem que a mudança não é apenas “mais um imposto”, mas uma nova lógica de apuração. Sistemas que oferecem validações prévias e alertas educativos sobre o preenchimento dos novos campos terão um diferencial competitivo enorme.
Conclusão
A Cartilha do IBS é o primeiro “manual de instruções” prático desta nova era fiscal. Para nós, desenvolvedores, é a hora de traduzir a legislação em código.
Recomendo a leitura completa do documento oficial disponível no portal do Comitê Gestor. A antecipação é a melhor ferramenta para garantir uma migração tranquila e sem traumas para sua base de clientes.
Fique ligado aqui no blog para mais novidades sobre a implementação técnica da Reforma Tributária!
Link para download da cartilha: Volume 1 da Cartilha Orientativa para Emissão da NF-e do IBS
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